Ao assistir a produção “Turma da Mônica: Laços”, dei-me conta de que as 23 ‘revistas’ graphic novel lançadas desde 2012, pelo projeto Graphic MSP, salvaram o meu passado. Acreditava inconscientemente que havia me desconectado totalmente do universo criado por Maurício de Souza – o nosso Stan Lee –, e os temas mesmo que infantis, são necessários também nos dias atuais. As histórias nas páginas das ‘novas’ publicações dos quadrinhos somadas ao filme, nos faz perceber que é necessário manter a virtude da inocência, de cultivar amigos e de sonhar.

A Turma da Mônica. Crédito: SerendipityInc.

O roteiro de “Turma da Mônica: Laços”, escrito por Thiago Dottori, é baseado na homônima e elogiadíssima HQ dos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. A divertida e emotiva história gira em torno das aventuras da turma formada por Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) para descobrir o paradeiro de Floquinho, o cãozinho verde do Cebolinha que está desaparecido.

Daniel Rezende e Rodrigo Santoro. Crédito: SerendipityInc.

Os desafios em recriar a turma da Mônica, o bairro do Limoeiro, demais personagens e a toda a aura que cerca a mitologia criada por Souza foram todos superados com primazia. A parte técnica é muito bem executada, por exemplo, a fotografia de Azul Serra é linda e colorida, lembrando as páginas dos quadrinhos; o diretor Daniel Rezende – montador do clássico “Cidade de Deus” (2002) e diretor do excelente “Bingo: O Rei das Manhãs” (2017) – conduz um excelente espetáculo, digno do trabalho de fã; e o elenco escalado por Luciano Baldan, com o trabalho de caracterização por Gabi Britzki e Simone Batata é ótimo. Além da turminha, é impossível não se impressionar com o ator Rodrigo Santoro, fazendo uma participação impagável no papel do “Louco”.

As filmagens do live-action em 2018, duraram sete semanas e para retratar as aventuras no mítico Bairro do Limoeiro, passaram por cinco cidades: Poços de Caldas em Minas Gerais, além de Holambra, Paulínia, Cubatão e Mairiporã no estado de São Paulo.

Criada no fim dos anos 50, a turma da Mônica tem uma importância imensa para várias gerações. Quanto tempo será que o paulista Maurício de Souza levou para ter noção deste fato? Os dias atuais provam o quanto as criações de Souza são presentes para um Brasil representado por descendentes de leitores com variadas idades.

Por fim, “Turma da Mônica: Laços” é uma produção que tem o poder de agradar e concatenar várias gerações familiares durante a exibição. Uma obra em rota plena, que é carismática, lúdica, emotiva, sensível, divertida e uma incrível viagem à nostalgia e ode à infância. Confiro-lhe nota 9.0!

VÁ AO CINEMA, NÃO PELCA ESSE PLANO INFALÍVEL PALA TE FAZEL CHOLAL!

Confira o trailer!