Olá fiéis leitores!
Na verdade não sou muito fã da estatueta careca e dourada, mas para muitos ela é uma referência de “escelência” (sic), mas como todas as premiações rola uma política, jeitinho, acerto e tudo mais que for interessante para alguns.
Só que se o CINEMA NACIONAL conseguir uma estatueta daquela poderá, eu disse poderá dar uma guinada na produção cinematográfica brasileira.
E estaremos competinto com “O Ano Em Que Meus Pais Sairam de Férias“. Um filme de Cao Hamburguer (por favor sem piadas infames com o sobrenome do diretor), que fala de um menino que é “deixado” na casa do avô, porque seus pais são de esquerda em plena ditadura militar em 1970, só que um pequeno imprevisto com seu avô paterno o deixa sozinho e sem contato com os pais que estão na clandestinidade, acaba tendo que morar temporariamente com o vizinho do seu avô, um senhor judeu solitário e um pouco rabugento.
Lauro tem 12 anos e só pensa na copa do mundo de 1970 no México, o encontro com Shlomo, o vizinho de seu avô, causa um mergulho em mundos diferentes para o garoto e para o senhor judeu, além do vizinho ele encontra Hanna (a melhor personagem na minha opinião), outros garotos que também amam futebol, Irene que é a musa da garotada, Ítalo um revolucionário filho de italianos e Edgar, o ótimo goleiro do time do bairro, negro, motoqueiro e namorado de Irene.
Enquanto espera o início da copa do mundo e o telefonema de seus pais ele tenta se adaptar a nova realidade na qual está inserida, vai vivendo sonhos de um garoto nesta idade, e se metendo em encrencas já que ninguém é de ferro, e menino não é gente desde que mundo é mundo.
O filme é bom e o N.R.D.R. recomenda com certeza, boa direção, boas atuações dos atores, desde Michel Joelsas (Lauro) e Daniela Piepszyk (Hanna), atores que estão estreando na vida de profissionais da interpretação, conseguem fazer sua parte direitinho, o menino se mostra sonhador e amante de futebol, a menina esperta e apaixonante. Passando por Simone Spoladore (O Primo Basílio) e Caio Blat (Carandiru) fazem a liga na pasta de interpretações, não compromete a estréia das crianças. Germano Haiut faz Shlomo com competência, sendo detalhista quando precisa e engraçado quando é permitido.
Ainda temos Paulo Autran em sua última participação no cinema, só isto já vale o ingresso, mesmo sendo uma pontinha ele mostra porque é (e não era, porque sempre será) um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos.
A parte técnica não é espetacular, mas não compromete, boa fotografia, bom figurino, boa direção, boas atuações, a direção de arte é competente, os deslizes são para quem conhece o bairro do Bom Retiro em Sampa, que não é o caso dos membros da academia estadunidense, um bairro que é um reduto judeu, na verdade já foi, hoje é um bairro mas heterogênio, bairro onde foi fundado o Corinthians, e que tinha muito judeu corintiano, ou então quando aparece Hanna jogando futebol, hoje em dia pode parecer normal uma menina de 13 anos jogando futebol com os amigos na rua, na escola, na quadra do bairro, mas em 1970 era um absurdo, mesmo para uma menina esperta como Hanna, o que mais uma vez vai passa despercebido pelos jurados ianques, já que lá o futebol na verdade é coisa de mulher.
Um filme bom com criança, e é sabido que a Academia adora esta temática, mas já concorremos com filmes mais fracos que nem mereciam indicações, como “O Quatrilho“, outros bons, mas que não tinham chance contra outros concorrentes “Central do Brasil” que concorreu com “A Vida é Bela“, e tivemos filmes bons que foram derrotados por filmes não tão bons “Cidade de Deus“.
Agora é torcer para ser selecionado entre os 5 indicados e depois torcer muito mais torcida para que tenha alguma chance de ganhar.
Enquanto isto não fique ai parado, se mova e assista “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias”!
N.R.D.R. indica, recomenda e carimba.
Abraços e salve todos.
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