Recebi alguns questionamentos sobre a qualidade desses CDs do Metallica recém-lançados e vendidos online, e se vale a pena ou não comprá-los. Achei interessante esse tipo de perguntas e fico a vontade para responder, todos sabem que o Metallica é uma das minhas bandas preferidas, e estou longe de ser desses fãs considerados ‘cegos’, quando tem alguma coisa errada eu também ‘sento o sarrafo’. Não que eu seja o dono da verdade, mas, sou crítico.
Para ilustrar o lado crítico, vou retroceder um pouco para mostrar que nem tudo que reluz é ouro. Em 2010 o grupo lançou no mercado três produtos, os EPs: Six Feet Down Under, Six Feet Down Under Pt.2 e Live at Grimey’s. Os dois primeiros, coletânea de bootlegs gravados por fãs nos shows com um dispositivo caseiro, resumindo, belas porcarias para adoradores extremos. O terceiro exemplo, gravado ao vivo em junho de 2008 na Record Grimey’s Store, em Nashville/TN, contem nove faixas e é um tosco bem legal, muito melhor que os citados.
Então, vamos ao presente, temos como opções um EP e quatro álbuns ao vivo, respectivamente, Beyond Magnetic e as quatro noites realizadas em dezembro/11, no The Fillmore em San Francisco/CA comemorando os 30 anos da banda, e coalhadas de participações especiais.
Por favor, fuja de Lulu que sequer citei acima, o referido álbum que não é uma homenagem ao cantor carioca Lulu Santos, é uma parceria de Hetfield & cia com o cantor Lou Reed, uma porcaria sem precedentes, alguém devia dinheiro ou favores para este disco ter saído, não existe outra explicação.
O POST ESTAVA TODO DECORADO COM FOTOS LINCADAS DO SITE DO METALLICA, E SUMIRAM, VOU TER QUE REFAZER MAIS TARDE OS ATALHOS.
BEYOND MAGNETIC o EP:
O EP Beyond Magnetic desmistifica uma lenda, que as canções sobras de estúdio não deveriam ser lançadas. As quatro faixas “Hate Train”, “Just a Bullet Away”, “Hell and Back” e “Rebel of Babylon”, são ótimas e carregam em seus arranjos a pegada do álbum Death Magnetic (2008) que as gerou. Destaque para o petardo “Rebel of Babylon”, pesada o suficiente para ser ouvida adoravelmente no ‘talo’. O EP pode ser comprado na iTunes store* pelo valor de US$ 3,99, o que dá algo na casa dos R$ 7,00, de acordo com as últimas cotações da moeda estadunidense. O download vem em formato AAC e com a capa inserida nos arquivos.
METALLICA 30 ANOS – THE FILLMORE:
O Metallica mostrou em quatro noites (5, 7, 9 e 10 de dezembro/2011), como comemorar o aniversário de um grupo em grande estilo. Nos quatro shows no The Fillmore, foram executadas nada mais que 78 canções diferentes, 57 contemplando toda a carreira da banda e 21 covers como “Die, Die My Darling”, “Iron Man”, “Last Caress”, “Mercyful Fate”, “Paranoid”, “Motorcycle Man”, “White Light/White Heat”, “Turn the Page” e “So What”, alguns inclusive já institucionalizados nos setlists das apresentações. Apenas “Seek & Destroy” foi repetida em todas as noites, encerrando em grande estilo cada uma delas em uma jam com os respectivos convidados.
No quesito convidados, a festa apresentou ótimas surpresas, nomes como Ozzy Osbourne, Geezer Butler, Kid Rock, Sean Harris, Brian Tatler, Rob Halford, Lou Reed, Gary Rossington, Mercyful Fate, Glenn Danzig, Biff Byford, Apocalyptica, Bob Rock, Dave Mustaine, Hugh Tanner, Jason Newsted, Jerry Cantrell, John Bush e Marianne Faithfull abrilhantaram as noites no The Fillmore além da participação de membros do MetClubber, fã clube oficial do Metallica.
É difícil eu aconselhar qual noite você deve comprar, cada uma tem seu sabor especial. Cada audição gera um estado de fruição diferente, afinal, são repertórios diferentes. A minha preferida é a última (10/12), pois além do Metallica, ainda conta com os mestres Ozzy Osbourne & Geezer Butler e os covers “Sabbra Cadabra”, “Iron Man” e “Paranoid” do Black Sabbath. Fodástico!
A única coisa que enche um pouco o saco, é que em algumas canções a conversa para apresentar algum convidado ou ilustrar com alguma história é demasiadamente longa, mas nada que uma avançada nos controles do seu dispositivo não resolva.
Abaixo os quatro setlists para que você resolva qual show adquirir, de repente tem uma graninha sobrando, baixa logo os quatro. Todos os CDs podem ser comprados no site de shows da banda e possuem capa e encarte para download. Em relação aos valores, cada um custa US$ 9,95, para o formato MP3, você ainda pode adquirir em FLAC e Apple Lossless que são mais caros, mas prometem uma qualidade melhor de áudio. O que é uma ‘balela’, pois apenas audiófilos ou quem tem um aparelho de som daqueles ultra modernos e devidamente configurados irão notar a diferença desses formatos para o MP3. #FicaaDica
Então, o meu veredito é que vale a pena comprá-los sim! Adquirindo, você ajuda as bandas – já não envolvo só o Metallica na resposta –, a ter um feedback, estímulo e investimentos para fazer um trabalho cada vez melhor. Uma coisa, é engraçado a gente ter que comprar música digital logo do Metallica, banda que teve um histórico de batalha com seus fãs por causa do download. Como as coisas mudam!
Espero que tenham gostado e que a matéria tenha ajudado a decidir sobre a compra!
Bônus: No site do Metallica você pode comprar o épico show do Rock in Rio em setembro de 2011. E na iTunes* tem uma opção curiosa, três faixas na apresentação do grupo durante o festival Live Earth – The Concerts For A Climate In Crisis.
*iTunes store: Você pode comprar via site, software iTunes ou pelo seu próprio dispositivo (iPhone, iPod, iPad), desde que além da internet, tenha uma conta vinculada na Apple com um cartão de crédito.
Setlists separados dos shows no The Fillmore (5,7,9,10/12):
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