Um tubarão gigantesco desperta das profundezas do mar, e na falta do que fazer, resolve engolir tudo que está a sua frente! Em termos gerais, a sinopse de “Megatubarão” não é esta, mas poderia ser.

Dirigido por Jon Turteltaub, conhecido pelo clássico “Jamaica Abaixo de Zero” e pelas as aventuras de Ben Gates (Nicholas Cage) em busca de tesouros perdidos da América, “Megatubarão” assume uma nova postura sobre a lenda dos grandiosos e pré-históricos assassinos dos mares.

Muitos compararão erroneamente “Megatubarão” com franquias do naipe de Megalodon ou Sharknado – produções de baixo orçamento sobre o tema –. Erroneamente, reitero, porque “Megatubarão” tem a ousadia de apresentar seriedade em uma produção que teoricamente buscaria apenas a diversão.

A escalação de Jason Statham para protagonizar a produção no papel de Jonas Taylor, um especialista em resgates no fundo do mar foi acertada. Statham não é o The Rock, mas tem qualidades de sobra para exercer um protagonismo.

Ainda falando em elenco, poucas vezes testemunhamos em um filme que todo núcleo de apoio funcionasse tão bem quanto em “Megatubarão”. Os atores (respectivos personagens) Bingbing Li (Suyin), Rainn Wilson (Morris), Cliff Curtis (Mac), Winston Chao (Zhang), Ruby Rose (Jaxx), Page Kennedy (DJ), Robert Taylor (Heller) e a lindinha Shuya Sophia Cai (Meiying), cumprem sem exageros cada um de seus papéis.

Posso ainda destacar mais algumas qualidades:
1) Cada uma das transições, seja na mudança de cenários ou na dos arcos, praticamente são realizadas sem alterações bruscas. O diretor e o editor tiveram a sensibilidade de fazer com que tudo corresse da melhor forma ou momento.
2) Quem esperava que pelas dimensões, o tubarão digital fosse mal feito, trocando em miúdos: tosco, quebrou a cara. Não só o tubarão, mas tudo que envolve a produção no tocante à criação é muito bem realizado e crível, com destaque, sem dúvidas, para o peixe gigantesco.

Os US$ 150 milhões investidos na brincadeira pela Warner Bros e associados valeram cada centavo, e aposto que dará um bom lucro.

Vale dizer que tem duas coisas que me irrita em filmes com “animais”, a primeira é quando estes têm inteligência e/ou a segunda, quando os humanos são palermas ao extremo. Prendendo-se ao tema desta resenha, foi necessário um hiato de 41 anos para que tivéssemos dois filmes excelentes, o clássico Tubarão (1975) e o ótimo Águas Rasas (2016). Nada mal que desta vez tivéssemos que esperar apenas dois anos, para conferir uma produção digna dos peixes de esqueleto cartilaginoso e um corpo hidrodinâmico pertencente à superordem Selachimorpha, como descreve a Wikipedia.

Os que adoram criticar uma produção sem assistir e os famosos seres ávidos por justiça cinematográfica, mesmo que erroneamente buscando arte em um filme de tubarão gigante, sairão felizes com o resultado, ou melhor, sairão decepcionados por ter pouco para criticar.

Se assim como eu, você só quer se divertir, prepare-se para o divertimento. Ah, o 3D é bem legal, aproveite para conferir em conjunto com a maior tela de cinema que tiver na sua cidade.

“Megatubarão” trafega, navega e entrega uma ótima aventura aquática, confiro-lhe nota 7.0.

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