Sabe quando você compra um brigadeiro delicioso, pouco tempo depois compra outro e vai repetindo o ato? Daí, a cada etapa, você enjoa um pouco, mas continua achando o doce gostoso, né? Bem, esta é a analogia perfeita para “Jason Bourne“, a quarta parte da saga do ex-agente da CIA.

Apesar da reciclagem de ideias que geram uma inevitável sensação de déjà-vú, o filme é interessante. As fórmulas utilizadas por Paul Greengrass, em outras produções da saga dirigidas por ele, como “A Supremacia Bourne” (2004) e “O Ultimato Bourne” (2007), são repetitivas, mas marcantes, tal como a câmera furiosa, que acompanha cada fotograma da ação — uma das características do diretor —, imprime um estilo de tirar o fôlego, complementando a experiência neste retorno no personagem de Matt Damon.

Lucrativo
Sem contar o spin-offLegado Bourne” (2012), os outros três filmes da saga, somados, custaram 245 milhões de dólares e tiveram como lucro estimado em todo o mundo 945 milhões de dólares. Valores que justificam o retorno do personagem e o investimento de 120 milhões dólares, que certamente dará retorno lucrativo.

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O retorno de Jason Bourne
Os chatos provavelmente dirão: por que mais um Bourne? Bem, chatões, cabe-me informar que o personagem vivido por Matt Damon e criado por Robert Ludlum, é muito bacana! Além do que, o ator nasceu para este papel, pois, a exemplo dos filmes espaciais no qual ele está sempre perdido, ao protagonizar o ex-agente da CIA, as definições de bússola estão sempre atualizadas.

Ao fim de “O Ultimato Bourne“, onde todas as perguntas teoricamente foram respondidas, o roteiro escrito por Paul Greengrass e Christopher Rouse, para “Jason Bourne“, desenvolve alguns desdobramentos… está bom, né? Tenho medo de aprofundar e liberar algum spoiler. #fimdospoiler

Na busca de tornar tudo crível, o roteiro derrapa um pouco ao criar elementos relativamente fáceis, para que Bourne resolva os problemas e as “tretas”. Acreditar ou não, depende do quanto você crê em teorias governamentais da conspiração.

A produção tem vários trunfos, o personagem não é um super-herói e nem um agente secreto, é um indivíduo obstinado por respostas. Outros fatores são preponderantes para que “Jason Bourne” funcione, tais como: a bela fotografia, locações interessantes e o elenco afiado, composto por Alicia Vikander — a nova queridinha de Hollywood —, Julia Stiles, Tommy Lee Jones e Vincent Cassel, ocupando posições de destaque.

Provavelmente, “Jason Bourne” não irá figurar nas listas de melhores do ano, mas garante destaque e revitaliza a saga.

Totalmente Na Rota e com poucos percalços, merece 7,5.

P.S.: Em relação a abertura desta resenha, caso você não goste de chocolate, favor substituir o exemplo por qualquer outro.

Trailer