Ao ler esta resenha talvez você ache que não gostei de “Godzilla II: Rei dos Monstros“, será?

Dirigida por Michael Dougherty, a produção “Godzilla II: Rei dos Monstros” desfila primorosas qualidades técnicas tanto na direção, quanto na fotografia, nos efeitos especiais e na montagem. Ambas conseguem nos transpor para um crível mundo de criaturas gigantes, com proporções titânicas.

O problema é que o roteiro escrito por Michael Dougherty, Max Borenstein e Zach Shield apresenta vícios que fizeram parte de “Godzilla” (2014) e “Kong: A Ilha da Caveira” (2017), como a exploração enfadonha de dramas familiares desperdiçando o trabalho de bons atores como Vera Farmiga, Millie Bobby Brown e Kyle Chandler.

Criada há 65 anos, a criatura de origem japonesa em toda a sua história serviu como contraponto, oferecendo uma analogia ao mau uso da terra pelo ser humano que devasta o planeta das mais diversas formas. Esta fantasiosa ode ao ecológico em “Godzilla II: Rei dos Monstros“, pela primeira vez dentre todas as vezes em que o ‘monstro’ foi retratado pelos norte-americanos, finalmente tem uma aproximação com suas origens na cultura oriental.

Esta nova produção somada aos eventos de “Godzilla” e “Kong: A Ilha da Caveira” desembocarão em “Godzilla vs. Kong“, que irá estrear em março de 2020. Em todas as produções da franquia, a Warner apostou em diretores menos badalados, para “Godzilla II: Rei dos Monstros“, a escolha de Dougherty foi interessante, principalmente em razão dele ter experiência em pequenos filmes de terror, tendo tido destaque no ótimo “Contos do Dia das Bruxas” (2007).

Se você vai ao cinema testemunhar um filme de monstros que realmente lutem, a diversão é garantida, o resto é irrelevante. Mesmo as cenas tendo o recheio de destroços, chamas fuligem e etc, é possível admirar os duelos dos titãs graças a planos abertos que valorizam a composição das cenas.

Godzilla II: Rei dos Monstros” é um bom filme, mas sofre por ser hermético demais. Durante as 2h12 de projeção a plateia reage de forma passiva. A produção é tão ‘redondinha’ que esqueceu de oferecer emoção, pois ninguém chora com dramas, ri da piadas, ou torce durante os duelos.

Com rota esburacada, confiro-lhe nota 6,0.

P.S.: Não saia ao final da projeção, tem cena pós crédito importante que faz ligação com o novo filme que estreará em 2020.