A DC Comics que se esforça para alcançar a ‘graça’ das excelentes produções cinematográficas, deveria fazer um estágio na Marvel Studios, pois esta acaba de acertar mais uma, desta vez com a produção Doutor Estranho.

Em relação à história, que explica a origem e situa o Doutor Estranho no universo dos filmes da editora, os fãs de quadrinhos ainda deram aquela chiada classicamente babaca em razão de algumas mudanças, mas como não passa de um choro conservador, este será rapidamente esquecido durante a projeção.

Quatro virtudes tornaram digna a experiência de adaptar o herói de cunho místico: 1) a narrativa; 2) as escolha dos atores; 3) produção; e 4) os efeitos especiais.

A narrativa escrita por Jon Spaihts, Scott Derrickson e C. Robert Cargill funciona do início ao fim, com destaque para a boa dose de piadas e a colaboração de uma de uma direção segura (Scott Derrickson).

Em relação ao cast, o ator Benedict Cumberbacht, dá show, exibindo técnicas de atuação que ele utiliza em seu personagem na série Sherlock da BBC. Vale citar o restante do elenco, como Rachel McAdams (Christine Palmer), Tilda Swinton (O Ancião), Chiwetel Ejiofor (Barão Karl Mordo), Mads Mikkelsen (Kaecilius) e Benedict Wong (Wong).

Na produção, as cenas que utilizam as artes inspiradas no trabalho do artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher e se aproveitam da arte conceitual do brilhante Steve Ditko — que desenhava as HQ’s que tinham argumento de Stan Lee —, são de encher os olhos, literalmente sensacionais.

Caso nada dê errado e tudo dê certo, já temos o primeiro vencedor do próximo Oscar na categoria efeitos visuais. Evidemente, a ‘dança’ dos edifícios lembra “A Origem” de Christopher Nolan, mas desta vez houve uma expansão considerável.

A trilha sonora composta por Michael Giacchino, é econômica, mas eficiente. No score, temos “Interstellar Overdrive” (Pink Floyd), “Feels So Good” (Chuck Mangione), “Shining Star” (Earth Wind & Fire) e uma lembrança a “Single Ladies” da Beyoncé Knowles, em um dos momentos cômicos.

Doutor Estranho é uma experiência mística singular, uma aventura diferente do convencional e pronta para ser explorada nos filmes da Marvel daqui para frente.

A melhor origem desde o primeiro Homem de Ferro está na rota do rock, em estrada pavimentada e merece nota 8.0.

P.S.: Existem duas cenas pós-créditos. #ficadica

Trailer

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