As informações no dia a dia, pipocam com certezas aceleradas e antagônicas, fala-se de violência e paz, educação e analfabetismo, honestidade e corrupção, miséria e riqueza, acrescidos de demais assuntos como meio ambiente, cultura, alienação e escravidão e etc. Naturalmente, divulgam-se teorias abundantes com soluções escassas, em função da rara conscientização e dos homens de boa vontade.

O mundo gira cambaleante na roda viva da ganância, terrorismo, extorsão e doenças, só para citar algumas mazelas, que no faz levitar impacientemente na esperança fulgaz de um anunciado bravo mundo novo, e segundo os pessimistas, nunca chegará! O que era cultural, hoje é gutural. O homem polido, sensível, trava diariamente sua luta no confronto Médico e Monstro (Dr. Jekyll e Sr. Hyde) dentro de sua personalidade. Quando o sr. Hyde vence, é o dia de fúria anunciado, reverberando em todos os círculos sociais do indívíduo, numa cascata de maus tratos, resmungos e má educação, transcendendo seus vínculos de amizade e infectando também os que estão fora do seu eixo.

Vivemos o revés de um mundo açoitado pela política mundana, impregnada de acordos econômicos escandalosos, costurados por políticos que nadam no mar poluto do benefício próprio e da insanidade do ato totalmente contrário aos interesses de quem os elegeu.

O confronto entre raças é um dos grandes responsáveis pelo buraco ético do mundo e piorando o quadro, a religião – que foi criada pelos manipuladores do pensamento – está norteando cada vez mais o caminho da balbúrdia e do desentendimento, em uma sociedade que dobra os joelhos a dogmas religiosos que impedem à coexistência e o respeito mútuo entre as crenças. Na última turnê da banda U2, a mesma ajudou a divulgar o movimento CoeXisTa, no qual as letras C, X e T, correspondem, respectivamente ao muçulmano, a estrela de Davi e a cruz católica; interessante seria se a paz surgisse entre os povos que se consideram “espiritualizados”, dar-se-ia um grande passo, afinal, o número de fanáticos é incalculável.

Só com educação, conscientização, responsabilidade social e ambiental, ou seja, um trabalho de formiguinha, derrubar-se-á uma parede cada vez mais engendrada na figura da palavra utopia. Os utopistas que alimentam essa quimera, consideram o projeto de um mundo melhor irrealizável, então, deveriam antes de tudo, abater o dragão da descrença, fugir da alcunha de pérfido e ver que o mundo ainda tem jeito, mesmo que as ações necessárias nesse desdobramento, não produzam efeito imediato e se enraizem nos próximos 100 anos.