Com um número cabalístico, 07/07/07, nesta data teve início o 2º dia do Festival de Inverno de Brasília e não poderia ter sido melhor, a “galera” da pista ganhou um presente dos organizadores, os shows foram maravilhosos, o efeito da neve funcionou no túnel cenográfico e André Fratti, organizador do evento nos recebeu ao final para divulgar o balanço e prometer surpresas para 2008. Aguardo ansioso!

Alguns percalços podem ser citados, mas nada que atrapalhe ou possa ser atribuído aos organizadores, pois tudo na vida precisa de ajustes, o som para quem estava no “gargarejo” (perto do palco) estava ruim, o DJ da festa sofria algumas críticas por suas “viradas” sem sentido, era o aniversário da Rô, afinal, e quem era essa infeliz que foi comemorar seus parabéns no festival com um palhaço lembrando os artistas e público a todo instante sobre o fato, o engraçadinho atrapalhou o discurso do Nando Reis, no show do Lulu em 1ª oportunidade ganhou do artista atenção e os devidos parabéns e em uma 2ª, como estava sendo inconveniente, escutou um “já ouvi caralho”! Foi hilário!


Os espetáculos duraram um pouco mais de uma hora e meia e fascinaram o público, não era para menos, são dois grandes astros do Pop Rock Nacional.


Às 22:30, com um “relativo” pequeno atraso, Nando Reis subiu ao palco com a pretensão e a certeza da diversão. O músico está se firmando com um dos importantes no cenário do Brazuca.


Desfilou canções que já fazem parte de quem acompanha no mínimo uma rádio FM, parcerias ou composições de artistas como Cássia Eller (O Segundo Sol), Skank (Resposta) e foi um dos fundadores dos Titãs (Os Cegos do Castelo, Marvin e O Mundo é Bão, Sebastião), foram cantadas em uníssono pela platéia adicionadas de outras como Sou Dela, A Letra A, Relicário, Monóico, As Coisas Tão Mais Lindas, Luz dos Olhos, N, Mantra, Eu e a Felicidade, Por Onde Andei e All Star.


A apresentação cheia de energia agradou a gregos e troianos, fiquei só atônito com três coisinhas. 1) Como um bicho feio daqueles pode ser chamado de lindo e gostoso pelas moçoilas afoitas que nem sequer piscavam; 2) All Star faria o mesmo sucesso se chamasse Conga ou Kichute? e 3) Mantra na minha opinião é uma das músicas mais chatas que já escutei em toda a minha vida, como pode ter tantos fãs?


Showzão, sem emendas, quem não foi, perdeu!


Já o showman Lulu, pisou no tablado à 00:30, começou de forma fria, meio que desanimado, mas um crescente de hits ajudou a ir aquecendo o show e deixar a platéia “saltitante”, observações que já fiz em relação ao Nando, como conhece quem acompanha no mínimo Rádio FM e a participação em uníssono podem ser repetidas.


O senhor Luiz Maurício Pragana, abriu o show com Toda Forma de Amor, e foi perfilando seus sucessos, tais como: Um Certo Alguém, O Último Romântico, Tudo Azul, Tempos Modernos, A Cura, Sábado à Noite, Já É, Assim Caminha a Humanidade, Sereia, De Repente Califórnia, Como Uma Onda, Aviso Aos Navegantes e Casa, destaco a emoção coletiva em Apenas Mais Uma de Amor. Canções como Adivinha o Quê (rearranjada em cima do instrumental de Billie Jean – Michael Jackson), Tudo Igual (com música incidental Get Up – James Brown) e a indefectível versão de Descobridor dos Sete Mares (Tim Maia) fizeram a “cabeça da moçada”. Do disco novo intitulado Longplay, foram três as escolhidas: Deixa Isso pra Lá (Alberto Paz e Edson Menezes, multiregravada e considerada primeiro rap brasileiro), Seu Aniversário e Contatos.


Resumindo, à altura do evento, um espetáculo, dançante e teatral, com troca de modelitos e brincadeiras entre os músicos, só senti falta de Condição e das novas Olhos de Jabuticaba e Domingo Maldito, mas nada que atrapalhasse. Sensacional!


Pontos negativos:

* Não citarei nenhum porque já fiz algumas observações acima e não houve nada que realmente atrapalhasse.


Pontos positivos:

* Além da estrutura esqueci de citar a bela cenografia e o palco sem pano de fundo, apenas com uma maravilhosa árvore iluminada servindo de “background” para os músicos, muito bonito!

* A máquina de neve funcionou.

* A pista alongada até o palco foi uma idéia fenomenal e democrática. Parabéns!

* Nós da imprensa batemos um papo bem agradável ao final com o guru do evento, André Fratti, simpático e visivelmente cansado, prometeu muitas surpresas para o ano 2008.


Algumas opiniões de André Fratti sobre o evento:

* O cast para essa edição foi escolhido com a preocupação de ter uma mistura sadia de MPB e Pop Rock. Brasília perdeu um pouco de sua identidade musical, não queríamos o hit do momento e sim quem tivesse qualidade para fazer um super evento. Vemos nesse projeto a chance de revitalizar a MPB e o Pop Rock Nacional.

* Zélia Duncan e Maria Rita gostaram de tocar para um público que nunca tinham tocado, um público que era de teatro.

* Brasília mostrou que merece e tem condições de realizar eventos de primeira linha. O público da cidade estava sendo muito maltratado. Acreditamos que o Festival de Inverno será um divisor de águas nos eventos da cidade. Mostramos que é possível trazer shows de qualidade, com conforto e preços acessíveis a todos os bolsos.

* O público não faz o favor de vir aos eventos, ele é essencial, os produtores que tem que fazer o favor de agradar e dar conforto.

* Ficamos assustados na sexta (06/07) quando Sérgio Brito dos Titãs pediu que o pessoal da pista chegasse mais perto, ficamos com receito que acontecesse algo. Detectamos e corrigimos com sucesso nesse sábado (07/07).

* A qualidade técnica contratada para o evento é uma das melhores do mundo.

* A cenografia teve uma preocupação à parte, a produção dos artistas ficou receosa com a idéia de não ter um pano de fundo, depois de receber o lay-out e conferir ao vivo elogiaram bastante a árvore iluminada ao fundo, realmente ficou muito bonito.

* Já estamos em negociação para que o projeto seja realidade e possa entrar para o calendário de shows e que o público compre essa idéia.

* Fechamos o evento com chave de ouro. O público ficou satisfeito, os artistas e empresários ficaram, exemplificando, Vasco produtor do Lulu Santos conheceu toda a estrutura e já pediu para voltar ano que vem. Os artistas adoraram o evento e alguns já que gostariam de retornar.


Se você marcou toca, se prepare para não furar ano que vem, se não marcou, parabéns, curtiu um dos melhores eventos que a cidade já viu!

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