Se a edição 2014 do festival Brasília POP fosse uma partida de futebol, certamente poderia afirmar que as duas torcidas, “Lulu Santos” e “Nando Reis”, saíram novamente muito felizes.

O campo de jogo:
Ótima estrutura garantindo o conforto da publico e som bem equalizado.

As equipes:
Lulu Santos (voz e guitarra), acompanhado por Sergio Mello (bateria), Silvio Charles (percussão), Jorge Ailton (baixo), PC (sopros e vocais), Hiroshi Mizutani (teclados), Andrea Negreiros (vocal e percussão) e Pedro Augusto (teclados).

Nando Reis (violão e voz), acompanhado pelos Infernais: Felipe Cambraia (baixo e vocal), Diogo Gameiro (bateria e vocal), Alex Veley (teclados e vocal) e Walter Villaça (guitarra e vocal), Gil Miranda (backing vocal) e Hannah Lima (backing vocal).

O publico:
A multidão que compareceu ao estacionamento do Minas Brasília se divertiu demais com as duas apresentações.

Na medida do possível, o publico de Brasília tem se comportado bem durante eventos, claro que áreas com open bar sempre têm quem encha o saco, afinal, para muitos, o que importa é beber, e não estar sóbrio para curtir os shows.

Um detalhe gera reflexão, o que faz uma pessoa ficar gritando desvairada, feito uma abestalhada descontrolada durante o show do Nando Reis? Não vou nem zoar, vai que é doença. Queria que algum especialista explicasse o que se passa na cabeça dessas pessoas. Sério!

Os hooligans:
Queria entender também dois fenômenos, que acontecem em grandes eventos, e a secretaria de segurança não toma qualquer resolução para evita-los. O primeiro, a gangue que toma conta dos estacionamentos, intimidando motoristas, pedindo um valor médio de R$10, com o pretexto de vigiar os carros. Ao final do show, se você encontrar algum deles no estacionamento evite-os, com certeza o intuito não é te agradecer pela contribuição.

Já o segundo, é a prática do crime contra a economia popular, de “profissionais” conhecidos como cambistas. Os caras operam sem nenhum combate e agora oferecem seus préstimos munidos com máquina de cartão de crédito. Como assim gente? Essa atividade é uma contravenção prevista na lei nº 1521/51. No artigo 2, inciso IX, a regra é clara ao estabelecer uma pena de detenção de 6 meses até 2 anos. Helloooo polícia!?!?!

O jogo:
Lulu Santos atacou em todos os cantos, liderando sua equipe afinada, dando muita liberdade a backing vocal Andrea Negreiros, que assim como o mestre, mostrou resultados.

Às 23h e ponto, após a intro ao som de funk e após 1h40 de apresentação, Lulu mostrou mais uma vez porque é com folgas o dono do pop rock nacional. Na sétima canção “Apenas Mais Uma de Amor”, disse ao público que aquela era uma noite de Jambo e Ruivão, fazendo referência as atrações e completou dizendo que aquele é um festival que está se tornando tradição. Finalizou recomendando a todos que se divertissem.

Na volta para o bis, o simpaticíssimo Lulu afirmou que era muito legal ver lá de cima tantas carinhas felizes, um público tão diferente, sem padrões, mas todos felizes, e fez cantarem em uníssono “Certas Coisas”.

Ao final, agradeceu mais uma vez o carinho do publico, alertou que era a vez do ruivão, jogou confetes, ofereceu vinho, penteou os cabelos, vestiu o paletó e pôs chapéu, para tirá-lo em seguida, agradeceu novamente e o show chegou ao fim.

Nota: realmente ele tem razão, o público era hiper variado. Por exemplo, flagrei um casal de idosos abraçados e cantando todas as canções.

Repertório Lulu Santos:
1. Toda Forma de Amor
2. Um Certo Alguém
3. Último Romântico
4. Condição
5. Tudo Azul + Asa Branca (Instrumental)
6. A Cura
7. Apenas Mais Uma de Amor
8. Sócio do Amor (música nova)
9. Um pro Outro
10. Tudo Bem
11. Sábado a Noite
12. Já é
13. Aviso aos Navegantes
14. Assim Caminha a Humanidade
15. Sereia
16. Califórnia
17. Como uma Onda
BIS
18. Certas Coisas
19. Tão Bem
20. Casa
21. Tempos Modernos

Nando Reis e sua equipe deixaram a desejar, vejamos em minha opinião o porque.

Frio, muitos cachaceiros e um terço da plateia já havia ido embora, quando o ruivão sobe ao palco às 1h45 para uma apresentação também de 1h40.

Antes da quinta canção “Não Vou Me Adaptar“, Nando diz que música é para isso, para a gente se encontrar e avançar a madrugada. Lembrou que Lulu se apresentou antes dele e iria tocar uma canção que o acompanhava há muito tempo.

Em “All Star”, faz menção a Cassia Eller, que se conecta com a musa desta canção. E a força da musica é fazer a pessoa esteja ao lado, na forma que estiver. Que All Star é uma conversa com Cassia que não acabou.

Ao retornar para o bis, quando metade do publico já havia deixado o local, o Ruivão diz que as musicas não são de quem faz, são de todos e executa “De Janeiro a Janeiro” de Roberta Campos.

Nota: Ao contrário da apresentação de Lulu, que mostrou variações, novos arranjos e muita disposição, Nando veio com um espetáculo previsível do tipo agrada apenas aos fãs. Uma pena, pois ele é muito talentoso. Outro ponto fraco é a eterna mudança de palco, um cenário tão simples, mas que deve ser muito difícil de montar. Só pode!

Nessa partida, Lulu ganhou de goleada, creio que ele deve retornar na edição 2015, já acho que devem procurar outro artista para substituir o Nando. Só acho!

Repertório Nando Reis:
1. Pré Sal
2. Sou Dela
3. O Que Eu Só Vejo em Você
4. As Coisas Tão Mais Lindas
5. Não Vou Me Adaptar (Titãs)
6. Onde Você Mora? (Cidade Negra)
7. Sei
8. Relicário + incidental: Gostava Tanto de Você (Tim Maia)
9. Sua Impossível Chance
10. O Mundo é Bão Sebastião (Titãs)
11. N
12. Luz dos Olhos
13. All Star (Cássia Eller)
14. Pra Você Guardei O Amor
15. Segundo Sol (Cássia Eller)
16. Os Cegos do Castelo (Titãs)
17. Por Onde Andei
18. Do Seu Lado (Jota Quest)
BIS
19. De Janeiro a Janeiro (Roberta Campos)
20. Marvin (Titãs)

P.S.: Com exceção do Tim Maia, é claro, todos os “covers” tiveram a contribuição de Nando Reis na composição.

Foto do destaque: Karla Mustafa