Ave, César! o novo filme dos irmãos Joel & Ethan Coen é ‘bobinho’, justamente por isso é ótimo! Ao julgar a produção como boba, não desdenho, pelo contrário, o humor é inteligente e possui bons argumentos, assim como na receita utilizada pelos diretores em E Aí Meu Irmão, Cadê Você? (2000) ou Matadores de Velhinhas (2004).
A trama se passa em 1951, quando a indústria cinematográfica buscava responder a ameaça crescente da televisão, produzindo filmes musicais, romances e épicos bíblicos, enfim, obras que tivessem a capacidade de manter o estado escapista do espectador. Sendo assim, para que a era de ouro do cinema continuasse prosperando, os estúdios de Hollywood necessitavam de profissionais que pudessem manter a execução dos cronogramas, resolvendo problemas de produção e/ou controlando o ego das ‘estrelas’. Para esta função importante, a fictícia Capitol Pictures tinha Eddie Mannix – vivido pelo excelente Josh Brolin –, funcionário dedicado ao extremo para que tudo funcionasse como um relógio.
As histórias paralelas de Ave, César! são costuradas com eficiência pelos irmãos Coen e representadas por um cast talentoso de nomes como Alden Ehrenreich (Hobie Doyle), Ralph Fiennes (Laurence Laurentz), Scarlett Johansson (DeeAnna Moran), Tilda Swinton (Thora Thacker / Thessaly Thacker) e Channing Tatum (Burt Gurney), que contribuem positivamente para a narrativa encontrar seu ponto de convergência, onde Mannix precisa assegurar a finalização das filmagens de um épico que retrata a vida de Jesus Cristo, sob a ótica do general romano Baird Whitlock, interpretado por George Clooney, fazendo literalmente o papel de astro da companhia, com todos os exageros caricatos conferidos aos famosos.
Mesmo ao abordar assuntos sérios, como política e religião, Ave, César! acerta no tom com uma linguagem lúdica que tem ótimos diálogos, por exemplo, é impossível não gargalhar durante a discussão entre líderes religiosos sobre a representação de Cristo, segundo suas crenças.
A filmografia dos irmãos Coen, bons para uns e genial para outros, confere subsídios suficientes a Ave, César!, criando um filme divertido, nostálgico e interessante, sempre na Rota, com uma louvável nota 7.
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Assista o trailer abaixo:
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