E o universo da franquia inaugurada em “Invocação do Mal” (2013) ganha mais um episódio, a bola da vez é “Annabelle 3: De Volta Para Casa”. Então, a pergunta que não quer calar é: dá medo?
Ao encarar a direção em Invocação do Mal, o diretor James Wan estabeleceu algumas verdades em Hollywood, primeiro, tornou-se um dos novos queridinhos da indústria cinematográfica; segundo, criou e produz uma franquia que já conta com sete filmes – dois Invocação…, uma Freira, uma Chorona e três bonecas do capiroto – e tem mais três a estrear até 2020 – Invocação 3, Freira 2 e o The Crooked Man – e, terceiro, fez os fãs do terror acreditarem que novamente pode-se passar sustos no cinema com esse gênero que era tão maltratado graças a filmes ruins ou tecnicamente falíveis.
Annabelle, a boneca capirotesca tem arrecadado muita ‘grana’, a sua estreia nas telas em 2014, mesmo sendo um dos piores filmes de horror já realizado, custou a bagatela de US$ 6,5 milhões e arrecadou US$ 256.873.813. A segunda parte, lançada em 2017, é muito boa e teve um orçamento de US$ 15 milhões, acumulando a receita de US$ 306.515.884. O investimento para a terceira parte já foi maior que o anterior, foram US$ 27 milhões, e acredito que fará bonito nas bilheterias.
Para a direção foi escalado Gary Dauberman, se falta a experiência por ser o primeiro longa, em contrapartida, sobra expertise no quesito roteiro ao ter escrito para os três filmes da franquia Annabelle, os dois capítulos de IT e a Freira.
Em relação a parte técnica, “Annabelle 3: De Volta Para Casa” tem problemas com a direção e o roteiro de Dauberman, a trilha sonora composta por Joseph Bishara é convencional, mas podemos elogiar a fotografia de Michael Burgess, que imputa um tom sombrio, graças a neblina, sombras e uma paleta de cores sóbria, conferindo um tom de produções oitentistas do horror.
O bacana é que adorei o elenco, o casal Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga), mesmo com pouco tempo de tela apresentam um delicioso carisma; a filha deles, Judy Warren (McKenna Grace), consegue expressar o que é preciso para criar empatia com a plateia; a babá Mary Ellen (Madison Iseman) é singela e competente; a amiga Daniela (Katie Sarife), aproveita muito bem a chance de quase protagonismo; e o crush de Mary, o Bob ‘das Bolas’ (Michael Cimino), sai-se bem no papel do alívio cômico.
“Annabelle 3: De Volta Para Casa” causa boa impressão, mas não espere uma produção horripilante, o enredo carrega mais na tensão do que no horror, estruturalmente, como filme, é o melhor dos três, sendo que o segundo capítulo é o mais assustador e o primeiro nem deveria ter existido.
A história que narra a ‘liberdade’ dos espíritos da coleção de itens macabros, possuídos e/ou assombrados dos Warren capitaneados por Annabelle é simplista. As manifestações fantasmagóricas são bem executadas, mas infelizmente não são assustadoras, temos apenas um crescente nível de suspense.
O filme vai na rota, sem percalços, sem grandes emoções, mas com ótima carga de tensão, e mesmo sem empolgar, acaba funcionando direitinho, dou nota 6.8. É uma produção para o encontro e interação entre amigos, seja no cinema, ou daqui a alguns meses no sofá de casa.
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