Acumula-se notícias de cubanos pelo mundo, principalmente EUA, que “sonhavam com este dia”, que “finalmente poderei ver minha família”. Mas como a única liberdade de imprensa aceita na ilha é a propaganda oficial, é noticiado que o irmão de Fidel, Raul Castro, assumirá seu lugar, com nenhuma mudança aparente.
Como não vivemos na ilha e temos apenas opiniões formadas por matérias publicadas na imprensa brasileira, tendenciosamente contrária as idéias do regime cubano, acreditamos que a vida lá seja uma porcaria. Realmente é uma vida miserável, geladeiras apenas com garrafas d’agua, carros do tempo da Guerra Fria, casas com pinturas desgastadas. Mas como saberemos se realmente a vida deles é ruim se eles não podem falar?
Hoje vivemos em uma sociedade consumista, sedentos por produtos e serviços o tempo todo. Isso gera uma instabilidade ou talvez a principal tese para a violência crescente, além do fator cultural. Por isso que em uma sociedade como a cubana a violência não seja tão banal, pelo simples fato de não haver desigualdade social e econômica. Realmente não há desigualdade social.Lá todo mundo é miserável.
Mas o fato principal da conversa é a queda(!) do nosso querido comuna Fidel, com seus discursos longevos (já imaginou Sílvio Santos presidente vendendo carnês do baú p/ Fidel) e que já fizeram escola (vide Hugo Chaves).Mas será que seu regime é tão ruim? Alguns exemplos: a saúde em Cuba é uma das melhores do mundo, com acesso universalizado e gratuito. O esporte é outro bom exemplo, com as práticas esportivas inseridas no currículo escolar já no primário. O resultado é Cuba como a segunda potência olímpica das Américas e dentre as 10 do mundo.
Os problemas são provavelmente maiores. Médicos (30 a 60 dólares por mês) e outras profissões que seriam hipervalorizadas em outros lugares são desmerecidas financeiramente pelo governo de Fidel. Para reformar sua casa é preciso a autorização do Ministério do Interior cubano. Todos os regimes têm defeitos,
talvez acostumados com a democracia acreditamos que seja o menos injusto.
Vejamos outra hipótese. A família Castro realmente acabe e é convocada eleições gerais p/ Presidente e representantes da população (igual ao regime presidencialista brasileiro). Os EUA comandem esta transição. O interesse americano é puramente democrático, com suas empresas de plano de saúde invadindo o país. Acabam-se a universalização à saúde e somente existirá hospitais particulares. Na pior das hipóteses o atendimento público fique igual ao Brasil. Pode acontecer assim? Acho que sim e não só nesta aréa.
Não que eu defenda o regime de Cuba, até porque por mais batido que esteja este discurso, a democracia é menos indolor.Mas Cuba é um país soberano, não têm petróleo p/ os ianques se interessarem por algo na ilha, então deixemos que eles se virem sem nenhuma interferência externa. Há pessoas que dirão que Fidel fará falta. Outros falarão que foi tarde. A verdade é que igual a ele nunca mais veremos. Rejeitar ajuda e aguentar embargo americano por todos estes anos não é para qualquer um. Também que falta faz um MC Donald’s. Qualquer um vive sem.
Agora pergunta pro Fidel se ele vive sem sua riqueza avaliada em aproximadamente 1 bilhão de dólares.E quando perguntaram pra ele por que a população passava fome e ele tão rico a resposta foi:
” Estou guardando p/ uma nova revolução e quem sabe p/ minha aposentaria…”
Até breve. Viva la revolucion, Zapata vive!!!!!!
Danilo Duff
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