7conto

O ator Luís Miranda é famoso por retratar de forma hilária personagens – com ressalva nas devidas proporções – que podem fazer parte do cotidiano de cada um de nós, seja a Dona Editi ou o flanelinha Queixada, já conhecidos do universo louco do ‘Terça Insana’, e estes são apenas dois exemplos de sete apresentados a nós por Luís. Este final de semana na Sala Martins Pena (serviço abaixo) é a sua chance de adentrar no universo interpretado pelo ator e morrer de rir.

SERVIÇO:
Data: 05,06 e 07 de Fevereiro de 2010
Hora: 21h (sexta e sábado) e 20h (domingo)
Local: SALA MARTINS PENNA DO TEATRO NACIONAL
Ingressos: R$ 35,00 (meia – entrada) e R$ 70,00 (inteira)
Informações: (61) 3325-6239 e 3325-6240
Censura: 14 anos

Release Oficial:

É possível falar sobre exclusão, insensibilidade das elites, mensalão, maltrato dos idosos e mais uma gama de mazelas sociais que acometem o nosso país, sem estar contaminado nem pelos discursos raivosos de políticos nem pelas teses inacessíveis de sociólogos? E, ainda por cima, com um humor escrachado que flui através de piadas sagazes ditas por um ator, dublê de dançarino, que além de tudo, é baiano?

O espetáculo “7 Conto” mostra que sim, isto é possível. E mais, que a diversão do que se convencionou chamar de “besteirol” há muito deixou de ser desprovida de significados além do riso fácil.

São sete personagens encarnados pelo ator Luís Miranda que desfilam um a um no palco em pouco mais de uma hora de espetáculo. A peça, dirigida pela atriz Ingrid Guimarães, se baseia em esquetes entrecortadas pela interação com recursos de vídeo, nas quais Miranda usa seu ecletismo, já conhecido das milhares de pessoas que assistiram o espetáculo Terça Insana em todo o Brasil, para divertir o público e fazê-lo pensar.

PERSONAGENS

QUEIXADA – O bebum, misto de guardador de carros e filósofo do cotidiano, inaugura a galeria dos tipos inusitados, surpreendendo a platéia antes mesmo da abertura do palco. Flanelinha simpático, como raramente se encontra nas ruas das grandes metrópoles, arranca gargalhadas ao contar as aventuras e desventuras de suas relações com os clientes, em meio a goles da sua inseparável garrafinha de cerveja.

CAROLINE –  O ator negro encarna a atriz mirim que não se conforma com os papéis que lhe são reservados na história do teatro e televisão brasileiros. Com a doçura peculiar das crianças carentes de atenção, expressa na voz fina carregada de simbolismo e no humor nada inocente, a personagem ironiza a postura da literatura infantil, que põe em campos radicalmente opostos Branca de Neve e O Negrinho do Pastoreio, refletindo-se de forma idêntica nas novelas e nas peças nacionais.

DONA EDITI – Líder comunitária e apresentadora do programa Editi, Corte e Economize, transmitido diretamente da sala do barraco onde mora e convive com os inúmeros filhos que, claro, interrompem a transmissão a toda hora. “É uma homenagem bem humorada às mulheres faveladas que labutam no dia-a-dia, às voltas com a falta de dinheiro e tendo que usar a criatividade para tocar a vida”, revela o ator, que inspirou-se sobretudo em sua mãe, Luzia Miranda. No programa, Edite dá dicas de higiene, cuidados com a beleza e culinária e até lança um livro, Como educar seu filho na favela, divertindo a platéia com as absurdas situações de quem faz das tripas coração para sobreviver na miséria.

DETONA – O programa da TV Magnata, ancorado ao vivo por “Detona”, uma clara alusão aos apresentadores sensacionalistas da televisão brasileira. Diferentemente, entretanto, do público das classes C, D e E, fiel aos apelos das tragédias lacrimosas de final de tarde, o destinatário do Brasil Elite é, como o nome sugere, o endinheirado interessado mais nos jatinhos e ferraris anunciados como ofertas no programa. A graça do personagem é maliciosa, e seu discurso indignado contra os pobres faz rir pelo nonsense, mas revela a sua verdadeira face na arrepiante cena final, de certa forma síntese de todo o espetáculo.

MC DOLLAR – Ainda há espaço no programa para a apresentação do MC Dollar, paródia dos ricaços rappers americanos, mais preocupados com as roupas e acessórios de grife do que com os problemas de seus brothers favelados. Nada mais adequado em tempos de encontros de empresárias de moda e socialaites com representantes do rap brasileiro.

SHEILA – Socialite das mais chiques e afetadas, Sheila é a sexta personagem do espetáculo que já percorreu diversas cidades brasileiras e fez uma temporada aplaudida em São Paulo. Megalômana e deslumbrada, ela é um dos tipos mais populares e caricatos construídos por Luís Miranda em sua carreira. Prova disso é a quase dezena de páginas hospedadas no site de relacionamentos Orkut, destinadas a reverenciar a deusa do luxo e sofisticação, absurdamente vestida com um sobretudo fabricado com “o pêlo-rei de ovelhas albinas criadas no sul-nordeste da Croácia”. A mesma que, na companhia de príncipes e condes tão ricos e fúteis quanto ela, sorve goles e goles do “prosecco tão seco, mas tão seco, que é feito com uvas passas…”

DONA ARMINDA – Octogenária que faz chorar com a percepção do quanto somos cruéis com os idosos neste país, Dona Arminda faz chorar de rir com seu palavreado desbocado de indignação contra as maravilhas da informática que, contudo, excluem e fazem penar os mais velhos. Afinal, quem ainda não se pegou rindo com as atrapalhadas tentativas dos idosos e analfabetos de adequarem-se às inúmeras senhas, ordens e contra-ordens dos terminais bancários de auto-atendimento?

HISTÓRICO

7 Conto já fez temporadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, além de apresentações em diversas cidades do País. O espetáculo já foi assistido por mais de 340 mil espectadores, ressaltando o ótimo desempenho nas cidades de São Paulo e Salvador.

Em Salvador, em apenas 24 semanas de apresentação mais de 24.000 pessoas assistiram a peça, que teve uma media de 95% de lotação do Teatro Jorge Amado nas duas temporadas de 2007. Em 2008 o sucesso se repetiu no Teatro ISBA, em 43 apresentações e uma média de lotação de 98% do teatro.

2009 foi a vez de São Paulo receber 7 Conto, no Teatro Cleyde Yáconis, também com excelente público, o que faz com que a peça já esteja agendada para retornar em março deste ano.

FICHA TÉCNICA:
Texto e interpretação: LUIS MIRANDA
Direção: INGRID GUIMARÃES
Cenário: NELLO MARESE
Figurinos: HELENA SOARES
Vídeos: BENE PORTO
Comunicação visual: MARISTELA COLUCCI
Produção executiva: VÁGNER LUCIANO
Direção de produção: LUIS MIRANDA
Realização: COCADA-PUXA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS