Na quinta-feira, dia 25, estive no Teatro Nacional para o show do cantor e compositor Renato Teixeira. Pois bem. Não vou aqui falar do referido artista e do show, até porque este último não houve. Foi cancelado. Além do mais, este blog tem uma linha editorial e tal espetáculo não faz parte desta linha. Estou aqui para relatar senão um descaso total, ao menos parcial. O show foi cancelado por conta de um problema na subestação do Senado. Ou seja, um problema de falta de eletricidade. Como senão bastasse a falta de investimentos na CEB e por consequência disto as agora constantes faltas de energia na cidade, o Teatro Nacional, pasmem, não dispõe de um gerador para casos como esse de emergência. Segundo apurei junto a uma fonte, o único gerador existente apenas comporta algumas poucas luminárias que estavam acessas (a maioria estava apagada) não tendo capacidade para suportar um sitema de som e iluminação.
Sendo assim, quem vai assistir a um espetáculo na citada casa, seja um show, seja uma peça teatral, fica ao sabor da sorte. Se acontecer de faltar energia antes da atividade cultural começar, a mesma fica ameaçada. Se acontecer durante, ela é interrompida e sabe Deus se será recomeçada.
Já parou para pensar se isso acontece em meio a um show do Capital, da Plebe, do Paralamas ou qualquer outra banda? Imagina se você está assistindo a uma peça dos Melhores do Mundo, Claúdio Falcão, 4 nipes e uma coisa dessa acontece… . Muito complicado…. .
Como é possível um teatro como este, um dos melhores do país, talvez do mundo, um teatro que é na realidade um complexo cultural, com diversas salas teatrais, não possuir um gerador a altura para um acontecimento como este?
O Cine Brasília também passa por um momento um tanto quanto delicado. O local pede por uma reforma que há anos não vêm. O carpete está rasgado e o governo não tem adquirido fitas para exibição. Logo esta sala que é exatamente a utilizada para o Festival de Cinema de Brasília, um dos principais eventos cinematógraficos do país, e quem sabe, do mundo.
Para tudo isto, apenas uma resposta: A falta de investimento. Falta esta que ocorre exatamente pela falta de uma cultura de valorização da cultura. Que ironia do destino. Para falar de cultura e de sua importância, temos que falar da falta de uma cultura de investimento na cultura… Parece engraçado, mas na realidade é um problema.
Bom, a algum tempo atrás, escrevi um artigo aqui no NRDR intitulado Até quando esperar? Até quando vamos esperar para vermos a cultura ser realmente valorizada neste país? Valorizada não só de discurso. Mas na prática. Com atitudes. Com ações. Talvez seja hora de pararmos de ficar esperando a coisa acontecer. Ficamos sempre parados, sentados com a boca cheia de dentes esperando a morte chegar, como dizia o grande Raul, e nada ou pouco fazemos. Não quero ficar esperando a morte chegar. Temos que interromper esta imobilidade e exigirmos do governo mais respeito. Mais respeito com a cultura e conosco, o povo brasileiro. Os costumes e tradições de um país, que são expressos pela cultura, são um dos mais ricos tesouros de um povo.
No caso do Cine Brasília, um grupo de frequentadores está se mobilizando para ajudar a resolver o problema e criaram um grupo chamado “Amigos do Cine Brasília”. Mas e nós? O que vamos fazer?
Abraços a todos;
Carlos Henrique.
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