A Música Popular Brasileira atravessa uma fase em que a mídia quer que as pessoas engulam que certas bandas, grupos ou cantores pertençam a este gênero, só que não é bem assim. Mas o quê que esse assunto tem a ver com o rock, afinal? Para dizer a verdade, tudo! Ao menos, no que se refere a MPB. Então, vamos lá!
Há 50 anos atrás, vivíamos o auge da Bossa Nova, da Psicodelia com os Mutantes, da Tropicália, de Caetano, Gal e Gil, Novos Baianos de Baby Consuelo, Pepeu Gomes e Morais Moreira e do surgimento do Rock Nacional, por meio de bandas como O terço, Casa das Máquinas e Raul Seixas. Nas décadas seguintes, alguns nomes foram ganhando espaço como o samba e a música romântica, fazendo sucesso na boca do povo e passando a se tornar artistas da MPB. No entanto, o Pagode, a Axé Music, o Forró, o Funk e a música Sertaneja foram entrando de mansinho nos rádios e lares brasileiros até causar o estrondo que vemos hoje.
Dito isso, o Rock brasileiro da década de 80 que revelou bandas como Legião Urbana, Câmisa de Vênus, Titãs, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Engenheiros da Hawai e tantos outros, hoje não causa tanto furor como há 30 anos. Muitas bandas perderam espaço e outras vagaram por estilos como o Pop, por exemplo, para se manter presentes na música. Sem enrolações e chegando ao ponto X da questão, vários deles, nos dias de hoje, são classificados como MPB, o que é certo. Basta ver Paralamas, Lobão e ate Titãs tocando em rádios como JB FM e Nova Brasil FM que veremos o resultado de como o artista consegue evoluir sem perder a sua essência, fazendo um som agradável que soe como contemporâneo para as pessoas de diversas faixas etárias. Isso sem falar de Rita Lee e Guilherme Arantes, esse último com uma carreira bem sucedida, mas pouco lembrada atualmente, se compararmos com seu estrondoso sucesso em meados da década de 70 e início da década de 80. Podemos citar alguns nomes dessa nova safra que, daqui há algumas décadas, serão classificados como MPB, como Cidadão Instigado, Céu, Renata Sá, Tulipa Ruiz, Boogarins e Los Hermanos.
Por outro lado, a MPB entra num caminho perigoso ao classificar artistas como Ivete Sangalo, Diogo Nogueira e Daniela Mercury como cantores dessa geração, sendo que a música deles nem chega ao que realmente é a Música Popular Brasileira propõe, com todo respeito a carreira de cada um deles. Mas, sabemos muito bem que suas músicas tocando em novelas da Rede Globo e em programas dessa mesma emissora, o resultado não seria outro. Por isso, basta vermos programas como o prêmio Multishow 2015 e a edição 2015 do prêmio melhores do ano do Domingão do Faustão para se ver que aquilo que falo não é mentira. Tanto na Multishow quanto na Globo, artistas como Ivete Sangalo, Lucas Lucco, Anitta, Turma do Pagode, Wesley Safadão e Luan Santana, aparecem como os premiados e com suas canções sendo bastante tocadas nas rádios.
Para finalizar esse assunto e dizer que a coisa realmente não vai bem com a MPB, andei pesquisando alguns Top 100 da parada brasileira, principalmente a da Billboard, e o que se percebe é que quem encabeça o Top 20 da nacional, são as bandas Sertanejas. Enfim, para um país que já teve sua música popular endeusada pelo mundo, citando Elis Regina, Milton Nascimento, Tom Jobim e Mutantes, nos dias de hoje não podemos ter o luxo de dizer a mesma coisa. Será que paramos no tempo? Será que a inércia que temos hoje, não reluz também naquilo que fazemos e até ouvimos ultimamente? Basta vermos o momento atual em que o país passa, que você verá que a crise também é cultural.
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