O cantor e compositor Lobão é um daqueles indivíduos do mundo artístico que irá deixar rastros por onde quer que passe. Reconhecido por canções fabulosas e/ou furiosas sempre entrará de forma automática na órbita de alguma “treta”. E o melhor, não foge destas polêmicas.
A canção “Eu Não Vou Deixar”, produzida por Rafael Ramos e recém-lançada como single e clipe na web, atinge com a precisão de um míssil teleguiado o produtor Pablo Capilé e sua instituição conhecida como coletivo Fora do Eixo, além claro, dos “bundas moles” de plantão.
Uma das broncas de Lobão, além de todas as denúncias que pipocam sobre o dirigente do FDE, é que Capilé foge de um debate tête-à-tête. Trocando em miúdos, o referido produtor tem sido criticado pela sua atuação na organização dos eventos do coletivo, enriquecendo supostamente à custa dos artistas. É uma discussão que ainda vai dar muito pano para a manga.
E justamente para desmistificar a necessidade do coletivo em prol dos artistas, Lobão fez questão de tocar cada um dos instrumentos da canção e ainda teve fôlego para se aventurar nos backing vocais, definindo o processo como “um indivíduo inteiro já é um coletivo, enquanto que um coletivo é somente a salvaguarda de umas metades perambulantes”, afirmou.
A canção
“Eu Não Vou Deixar” é um stoner rock visceral, uma daquelas canções que só o velho Lobão compõe de forma perfeita. Instrumentalmente falando, guitarra, baixo e bateria são executadas brilhantemente pelo músico em conjunto com uma letra certeira (leia letra abaixo). A sonora composição bélica ainda abusa de um ronco instrumental no canal esquerdo para manter o ouvinte em estado de alerta. Vale a audição!
Assista abaixo o clipe de “Eu Não Vou Deixar”.
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Eu Não Vou Deixar
Letra e música: Lobão
Por todos esses anos
Por tudo que eu passei
Por tudo o que eu faço
E ainda o que eu farei,
Não vem com esse papo de hiponga
Que eu não vou deixar
A palavra é minha arma
Minha bala é minha canção
Nem vem mexer com aquilo
Que você não tem noção
Não adianta insistir, meu irmão,
Que eu não vou deixar
Cadê a sua lábia?
Seu tempo se esgotou
Quem foge da conversa
Já perdeu de W.O.
Te aviso companheiro, não se esconda
Que eu não vou deixar
E agora? Aonde está
A banca que você botava?
E agora? De quem é mesmo
O pesadelo que você armava?
E agora? Eu estou aqui e é você
Que foi embora…
E agora ,você deu o fora,
Mas que papelão!
Mané querendo mudar o mundo
Engenheiro social
Tungando a grana de artista
Inventando edital
Direito autoral ele também não quer,
Mas eu não vou deixar
Patrulha e desespero,
Evangelho coletivo
Doutrina de carola estatizado e vendido
Rebelde chapa-branca quer que eu cale
Mas eu não vou deixar
De bem intencionados
Eu não aguento mais
Tem otário se achando valente
Mas quando me vê, mija pra trás
Acabou sua pilantragem, sabe por quê?
Porque eu não vou deixar.
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