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Veja se você foi dos sorteados, ganhando 01 (um) passaporte para curtir os 02 (dois) dias no Cerrado Virtual! Foi? Parabéns! Senão foi, ainda dá tempo de comprar o seu ingresso (serviço e programação logo abaixo):

Nome Telefone

Domingos da Silva Brito

****-3645

Fábio Silva

****-8943

Manoel Aparecido da silva

****-0193

Pedro Victor Szerwinski Teixeira de Sousa

****-4480

Rani Ribeiro

****-8208

Serviço:
FESTIVAL CERRADO VIRTUAL – Arte, Música e Consciência Ambiental
– Sexta-feira e sábado, dias 27 e 28 de novembro, a partir das 19h, no elevado do estacionamento do Mané Garrincha (Eixo Monumental)
– Festival com 35 atrações em dois palcos e na tenda mix.
– Ingressos*: R$ 20,00 (por dia) ou R$ 30,00 (passaporte para os dois dias) à venda nas lojas Mormaii (Brasília Shopping, Pontão do Lago Sul, Conjunto Nacional e Pátio Brasil), Pizzaria Dom Bosco (Taguatinga), Be Hard (109 Norte), Melodia (706 Norte) e DCE do UniCeuB (708/908 Norte).
– Mais informações: www.festivalcerradovirtual.com.br
– Classificação Indicativa: 16 anos
* Cada ingresso comprado garante o plantio de uma árvore no cerrado

Programação de shows (Palcos 1 e 2)
Sexta-feira (27/11)
19h – A Muringa (DF)
20h – Black Drawing Chalks (GO)
21h – Soatá (DF)
21h30 – Manjahro (DF)
22h – Tropa de Elite (DF)
23h – Raiz Tribal (MA)
0h – Tributo a Tom Capone (com Peter Perfeito, Raimundos + Tico Santa Cruz + Érika Martins e O Rappa) – Leia sobre Tom a seguir.
2h – Surf Sessions (DF)
Sábado (28/11)
19h – Roda na Banguela (DF)
20h – Etno (DF)
21h – Na Lata (DF)
22h – Turbo Trio (RJ/SP)
23h – Jah Live (DF)
0h – Farufyno (SP)
1h – Marcelo D2 (RJ)
2h30 – Instituto (RJ/SP) (Tributo a Tim Maia)

Tributo a Tom Capone (conheça sobre o produtor a ser homenageado em memória póstuma no Cerrado Virtual).

Tom Tom Capone não era um homem de falar muito. Superfocado, estava sempre fazendo alguma coisa e poucas vezes jogava conversa fora. No entanto, era indiscutível o seu gosto por um bom, alto e grave som. Quando ele foi sepultado no Jardim da Saudade, Rio de Janeiro, em 6 de setembro de 2004, não foi feito um minuto de silêncio em sua honra, mas um minuto de barulho no qual todos os presentes celebraram a alegria que lhe era peculiar. A própria gravadora onde o produtor trabalhava, a Warner Music, divulgou anúncio de jornal em sua homenagem: “Se o céu era um lugar calminho e silencioso, já era”.

Luís Antônio Ferreira Gonçalves nasceu na cidade de Rio Negro (SC) em 27 de dezembro de 1966. Filho de mãe carioca e pai catarinense, gostava de viajar para surfar em Camboriú (SC), onde também teve a iniciação musical tocando violão. Aos 18 anos, mudou-se para Brasília, onde foi convidado a ser guitarrista do Peter Perfeito ao lado do irmão baterista Ricardo. De 1984 a 1989, Tom também passou por outras bandas brasilienses, como Os Rochas e Detrito Federal, além de tocar com a cantora Cássia Eller em início de carreira. Foi nessa época de efervescência do rock nacional que foi apresentado a um estúdio de gravação e mixagem de áudio. No hoje extinto Artimanha (Brasília Radio Center), ele assumiu o posto de técnico de gravação e produtor musical de fitas-demo de uma infinidade de bandas locais.

Em 1989, Tom foi para o Rio de Janeiro como parte integrante da trupe de músicos do cantor Oswaldo Montenegro. Para uma das temporadas do menestrel foi escalado como roadie, mas, devido à falta de um operador de P.A., também assumiu a tarefa com sucesso. Na mesma época, integrou por pouco tempo a banda de Lulu Santos ao lado de amigos brasilienses, como o baixista Dunga, o tecladista McWilliam e o saxofonista Milton Guedes.

Estabelecido na Cidade Maravilhosa como músico, produtor e operador, Tom formou uma nova banda, o Rotnitxe, ao lado do cantor Mongol e do tecladista André Rafael, com quem também criou o AR Estúdios, que logo se tornou um dos melhores da América Latina. Lá ele ajudou a registrar o nascente movimento carioca de bandas dos anos 1990, que incluía nomes como Pedro Luís e a Parede, Boato e Bia Grabois. Produziu artistas de Brasília como Natiruts, Little Quail & the Mad Birds e Pravda. Além de nomes de outros estados, como os baianos Márcio Mello e a banda Penélope, da qual fazia parte sua futura mulher, a tecladista e flautista Constança Scofield.

Mas a grande guinada na carreira aconteceu quando Paulo Junqueiro – que estava de mudança para Portugal – indicou Tom para que assumisse seu cargo de diretor artístico da Warner Music. Apesar da experiência com “medalhões” ainda ser pequena – trabalhos rápidos com Tim Maia e Ney Matogrosso, e produções com Legião Urbana e Raimundos eram algumas exceções – e de ainda ter alguns conflitos no sentido do quanto a função de burocrata iria interferir no trabalho artístico, ele assumiu o posto em 1998. A entrada em uma grande gravadora, no entanto, se deu num momento de declínio da indústria, no qual a pirataria já afetava seriamente as vendagens de discos. Por conta disso, foi obrigado a demitir e encerrar contratos caríssimos. Mesmo assim, todos os artistas da companhia queriam ter seus discos produzidos por Tom. Diante de tantos compromissos, ele se desligou do AR Estúdios e comprou a casa que acabaria virando a Toca do Bandido, estúdio localizado na estrada de Jacarepaguá (Zona Oeste do Rio) que fundou, em 1999, com o auxílio técnico do amigo e engenheiro Álvaro Alencar.

Na Toca do Bandido, Tom produziu e gravou diversos e variados discos: Kaya N’Gan Daya (Gilberto Gil), Amor para recomeçar (Frejat), Pietá (Milton Nascimento), Maria de Fátima (Fafá de Belém), O silêncio q precede o esporro (O Rappa), Só no forevis (Raimundos), O som do sim (Herbert Vianna), Cosmotron (Skank), os homônimos discos de estreia de Maria Rita, Detonautas Roque Clube e Kelly Key, entre outros.

O casamento com Constança Scofield se deu justamente neste período (fim de 1998 e começo de 1999) em que estava para construir o novo estúdio. Com ela teve um filho, BentoTom Capone já tinha dois, Victoria e Khalid, de um casamento anterior com Ana Cristina.

Mesmo como diretor artístico da Warner, Tom gostava de dar “canjas” como guitarrista. Assim, ele subiu nos palcos de O Rappa, Raimundos, Maria Rita, Frejat e Penélope, além de integrar por um tempo, ao lado do também candango Mauro Manzolli, a banda do cantor gaúcho Wander Wildner.

Em 2004, Tom foi aos Estados Unidos acompanhar a cerimônia de entrega do Grammy Latino, para o qual tinha cinco indicações em quatro categorias: “Álbum do ano”, “Melhor engenharia de som” (ambos pelo disco de estreia de Maria Rita), “Música do ano” (A festa, de Maria Rita, e Dois rios, do Skank), e “Produtor do ano”. Sem contar que ele trabalhou em outros dois discos também indicados (Sobre nós 2 e o resto do mundo, de Frejat, e O silêncio q precede o esporro, de O Rappa). Após a cerimônia de entrega dos prêmios, realizada no dia 2 de setembro, em Los Angeles, Capone morreu, aos 37 anos, num acidente de moto.

A perda prematura do amigo e produtor mobilizou diversos artistas. Numa apresentação no dia 19 de setembro, no Chimera Hip Hop, em São Paulo, O Rappa o homenageou com uma versão emocionada da canção Hey Joe. Gilberto Gil dedicou a ele seu disco Eletroacústico. O cantor Daniel, com quem Tom trabalhou no disco Em qualquer lugar do mundo, afirmou que o Brasil havia perdido um gênio. Maria Rita ressaltou a importância que Capone teve para a sua carreira. “Ele acreditou e apostou muito em mim, sabendo preservar a minha identidade.” Tom deixou inacabado o disco que marcaria a volta do grupo Barão Vermelho, sem contar com uma enorme quantidade de projetos que já estavam bem encaminhados.

Em enquete recente feita pela MTV, que escolheu os produtores musicais mais influentes do mundo, Tom Capone foi o único brasileiro citado e ficou em sexto lugar, lembrado como um profissional “que respeitava muito o artista e extraía dele o melhor que tinha para dar”.