Crédito da foto: Cristiano de Queiroz
Da esperança de prosperidade à intriga. Ao nascer, prevalecer e se tornar a Capital Federal, viramos vidraça. Da organização de suas linhas retas, sem esquina, recebemos pedras e nos acostumamos com os errôneos gritos de que aqui só tem gente biltre. Quem mora aqui sabe, os biltres existem, como em qualquer lugar e uma quantidade desse gênero vêm das federações estaduais, afinal, são votados por lá e enviados para cá. Os nossos infames são como quaisquer outros, e só ajudam a compor o caldo gorduroso dos bolsos inchados pelo dinheiro nada suado, apenas levianamente orquestrado.
Nem só desse estigma sobrevivemos, o ar é puro e o céu expõe aos moradores e turistas uma majestosa visão. O manto azul que nos envolve, é límpido, belo e esplêndido. Em períodos distintos, multicores brindam nossa retina, como se Deus, de bom grado, quisesse mostrar sua arte, nos orgulhando e fazendo inveja a todos os visitantes. O baterista Carlos Maltz, quando era membro dos Engenheiros do Hawaii, sempre me dizia: “Que céu maravilhoso cara, uma bela visão horizontal, ainda me mudarei para cá!” Então, dito e feito!
A cidade da arte e da inspiração. E a que nos deu maior notoriedade foi à música, em especial o rock. Brasília, quando não o berço, foi o processo embrionário de grupos como Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Plebe Rude, Raimundos, Maskavo Roots, Nativus e muitas outras. Por estas bandas ter uma banda é coisa séria!
Agradeço por ter nascido aqui, a cidade me proporciona tudo que necessito. Parabéns Brasília! Na jovialidade dos seus 48 anos, só posso torcer para que as centenas que virão sejam completas e frutíferas para todos nós!
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