Olá amigos e leitores fiéis deste espaço cultural.
No último PROJETA BRASIL que o CineMark promoveu pela sétima vez no dia 05/11/2007, estive presente com minha digníssima esposa, para assistir pelo menos dois filmes, já que de noite eu tinha que trabalhar, fazer o que? “Quem disse que a vida é fácil?” já disse o Capitão Nascimento!
Então olhamos as sessões e vimos quais filmes ainda não tínhamos visto e aproveitaríamos para ver, um dos escolhidos foi Primo Basílio escrita pelo escritor português Eça de Queiroz no fim do século XIX. Um clássico da literatura que foi para a tela grande.
Bem, quem seria de alta envergadura moral para dissecar a película seria minha digníssima esposa, mas ela está num estado interessante (grávida), e a qualquer momento o rebento estará fora da embalagem, sendo assim desta maneira não está com condições de contribuir com o N.R.D.R. no momento, fica para uma outra oportunidade.
Claro que aproveitei e enchi a cabeça dela de perguntas para poder me ajudar agora que estou digitando este texto.
Uma coisa que precisamos definir é: um filme baseado num livro é diferente de um filme adaptado de um livro.
A Vânia Alves (minha querida esposa), me disse quando é baseado, não necessariamente vai ser fiel ao livro, pega a história como trilha e cria um monte de coisa de acordo com a imaginação do(s) roteirista(s), como por exemplo a época que se desenrola a história, que neste filme já são diferentes.
Na adaptação o filme tenta ser (na medida do possível) o mais idêntico possível com a obra, tarefa difícil, pois o livro quase sempre tem mais detalhes, que o filme por motivos de tempo e grana não pode se dar ao luxo de ter.
Sabendo disto, vamos ver como foi a obra BASEADA no romance de Eça de Queiroz, como eu já disse aqui eu não era um grande leitor na minha época de estudante secundarista, ou mesmo antes, não tinha lido a obra do autor português, mas mesmo assim estava com vontade de ver o filme, pois CINEMA NACIONAL merece nosso apoio.
Mesmo para quem não leu o livro não há problema, a história se sustenta por si só, o que já é um ponto positivo, além de ser uma produção nacional e merece a nossa bilheteria.
Como já conhecia a história não tive tantas surpresas, mas qual é a surpresa de uma prima (sem ser o termo pejorativo de “prima”) que encontra um primo, que na juventude tiveram um romance e ele viajou para fora do país, deixando a moçoila a ver navios.
Se encontram, ela já casada e ele um solteirão galantiador que faz com que ela acenda sentimentos que já estavam apagados, pelo menos é o que ela pensava.
Outro ponto positivo para o filme é o elenco, Daniel Filho, que além de diretor foi colaborador da adaptação, soube escolher com muito cuidado e talento os atores.
Luísa, a prima (Débora Falabela; Lisbela e o Prisioneiro): Mostra que é realmente uma boa atriz, versátil, que pode sair de um extremo ao outro sem levar vícios de uma personagem para outra. Manda bem em TV e em Cinema, não tive a oportunidade de vê-la no teatro, mas foi uma boa escolha, faz bem o papel da jovem sonhadora e romântica que acaba sucumbindo aos avanços do primo, paixão antiga.
Basílio, o primo (Fábio Assunção; Beline e a Esfinge / Sexo, Amor e Traição): Eu particularmente gosto deste ator, não teve ainda uma grande virada na carreira, papéis muitos parecidos, mas todos feitos com grande talento, talvez precise sair para um papel que não necessite de um rosto bonito, e sim, do talento, e eu acredito que ele dê conta do recado, em Sexo, Amor e Traição no papel de Tomás está impagável e muito engraçado. Neste cumpriu o que tinha que fazer, ser o galante e conquistador. O que cá para nós, para o Fabão é fácil. Por isto foi escolhido para fazer o primo, uma atuação limpa e competente.
Jorge, o marido (Reynaldo Gianecchini; Avassaladoras): O que foi dito para o Fábio Assunção vale para o Gianecchini, acho que tem talento, precisa se desvencilhiar do esteriótipo de bonitão conquistador e mostrar que tem competência para voar mais alto. Começou como protagonista numa novela, teve várias críticas e sobreviveu, tentou em outra novela mudar o foco, ser um grosseirão, um mecânico simples e humilde, mas continuou sendo o garanhão da rua. Acredito que pode fazer mais. Foi bem escolhido, para mostrar que as mulheres também fazem traição sem um motivo aparente, agora imagina a vida de uma mulher que tem Gianecchini como marido e Fábio Assunção como amante? Que vida dura! Muito dura por sinal.
Juliana, a empregada (Glória Píres; Se eu Fosse Você / A Partilha): Falaram tanto da atuação dela que eu esperava mais, agora com a cabeça mais fria posso dizer, muito bem feita, uma escolha arriscada, pois é um papel fundamental para a trama e precisava de energia e química entre a equipe, no final todos sairam ganhando. Gosto da Glória como atriz, sabe e respeita seu limite, tanto que nem tenta fazer teatro, que ela mesmo já disse não ter cacife para tal. Mas tem boas participações nos seus trabalhos, mesmo nos papéis bobinhos de novela ela manda bem. Soube corresponder a confiança depositada nela pelo diretor.
Sebastião, o amigo (Guilherme Fontes; Um Trem Para as Estrelas): Esqueçamos o problema com a verba do filme Chatô – O Rei do Brasil, uma coisa não tem nada a ver com a outra. No filme faz bem seu papel como coadjuvante. Um papel que não exige muito, mas poderia estragar a obra. Não sei se o embrólio com o filme pode lhe causar problemas futuros, mas como ator só consigo lembrar na novela “A Viagem” como boa referência, no resto tudo é muito água com açúcar, vamos ver daqui para frente. O diretor apostou e não perdeu o que já é muito bom.
Leonor, a amiga (Simone Spolatore; Lavoura Arcaica / O Ano Em Que Meus Pais Sairam de Férias): Se vocês tiverem a oportunidade de assistir estes três trabalhos feitos por esta ótima atriz, vão sentir o que eu quero dizer, ela é muito boa atriz, ela se transforma de uma maneira impressionante, um verdadeiro camaleão, e nesta obra soube passar o que o diretor queria, muito importante para a trama e com talento de sobra mostrou que foi bem escolhida, brilhou mais sem ofuscar os papéis principais.
Joana, a outra empregada (Zezeh Barbosa; Bendito Fruto / Cronicamente Inviável): Para quem está acostumado a ver esta atriz em comédias como o Zorra Total, ou em algumas novelas como O Profeta (a última versão), espere para vê-la atuando em drama. Fantástico, e que surpresa, não tinha visto ainda um trabalho dela no drama, uma grata surpresa e um questionamento. Por que ela não é aproveitada nestes trabalhos com mais freqüência? Daniel Filho sabendo deste talento aproveitou, mais um ponto para o filme.
Vitória, a tia da empregada (Laura Cardoso; Muito Gelo e Dois Dedos D’Água): O que falar desta estupenda atriz? Formidável como sempre, e mesmo fazendo uma pontinha, mostra todo seu talento, e que contribuição. Obrigado Laura e obrigado Daniel Filho!
Castro, o banqueiro (Gracindo Filho; Bufo e Spallanzani): Gerou a melhor piada do filme, quem casou com o Gianecchini e tem como amante o Fábio Assunção, ter que acabar com Gracindo Filho é fim de carreira. Como este ator consegue fazer papel de vilão ou de mau carater de maneira convincente. Mais uma boa do diretor.
Policial (Anselmo Vasconcelos; Quem Matou Pixote? / Bar Esperança): Mais um que faz ponta com uma competência fantástica, muitos o conhecem do Zorra Total ou dos trabalhos com Ronald Golias, mas ele não tem só sua veia cômica, mostra que é versátil e é pau para toda obra. Muito bom!
Sendo assim desta maneira, o N.R.D.R. carimba e recomenda, assista e se delicie!
Salve Todos!
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