Finalmente está estreando “Mulher Maravilha”, uma das adaptações de quadrinhos mais esperada de todos os tempos. A produção estrelada por Gal Gadot e dirigida por Patty Jenkins tem uma extensa lista de pretendentes prontos para julgar, tais como:
– Fãs da heroína amazona, personagem da editora DC Comics;
– Amantes de adaptações cinematográficas de quadrinhos;
– Curiosos a fim de compararem este com “Batman vs Superman” e “Esquadrão Suicida”, esperando – ou não – outro acidente de percurso;
– Haters, principalmente os admiradores de editora concorrente; e,
– Mulheres interessadas no tema do empoderamento.
Ao narrar a trajetória da personagem desde sua origem, o filme acerta em quase todas as escolhas. A história concebida a três mãos por Zack Snyder, Geoff Johns e Allan Heinberg segue um ótimo fluxo, claro, isso também é mérito de Jenkins, que soube apertar os botões corretos para cadenciar e acelerar a narrativa em cada uma das etapas durante a projeção. Os defeitos são mínimos.
É interessante prestar atenção nos xiitas de plantão, que já fazem críticas em razão de algumas mudanças na origem da heroína. Gostaria de saber até quando o purismo vai atrapalhar no entendimento de que as mídias (quadrinhos, séries, filmes e livros) são diferentes, por isso é extremamente natural que gerem resultados diferentes. Gente, isso se chama convergência!
Coincidentemente, a origem da amazona segue o mesmo caminho do Capitão América, herói do universo Marvel, onde ambos lutam contra suas versões do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Em termos gerais, por este ponto de vista, pelo menos como obra cinematográfica, a Mulher Maravilha é muito superior à aventura do Capitão Estadunidense.
Em relação à fotografia, que ficou a cargo de Matthew Jensen, é fácil perceber dois caminhos distintos, tons escuros para momentos de maior tensão e a cor quase solar para períodos de satisfação. Não espere aquela fotografia amarelada recorrente dos filmes dirigidos por Michael Bay, simplesmente, espere a felicidade do sol.
Outro destaque fica por conta da estética que confere o ritmo da câmera lenta durante as cenas de luta, essa escolha deixa as sequências muito bonitas. A diretora Patty Jenkins, que tinha em seu currículo o ótimo “Monster – Desejo Assassino”, realizado em 2003, ao invés de mostrar-se enferrujada, pelo contrário, mostrou-se habilitada para assumir qualquer produção hollywoodiana.
Ao falar sobre o elenco, os astros da produção Gal Gadot (Diana Prince/Mulher Maravilha) e Chris Pine (Steve Trevor), apresentam uma química ímpar e graças a um texto divertido agraciam a plateia com ótimos momentos. A “turma” de apoio elencada por nomes como David Thewlis, Danny Huston, Elena Anaya, Robin Wright, Lucy Davis e Ewen Bremner merece ênfase, sem esquecer, é claro, de Lilly Aspell, a fofurinha que interpreta a Diana quando criança.
Em relação ao tema feminismo, o filme fundamenta de forma exemplar a importância da mulher na sociedade, que precisa sempre lutar para assumir seu papel de protagonista. Achei interessante que mesmo valorizando a mulher e colocando-a em evidência, em momento algum desvaloriza o homem, pregando o respeito e a integração.
O filme “Mulher Maravilha” é deliciosamente divertido e bem realizado, a atriz Gal Gadot ganhou definitivamente meu coração, não que isso queira dizer nada, pois ela nunca vai me conhecer, e a DC Comics finalmente deixou-me esperançoso em relação à adaptação de suas obras. Que venha a Liga da Justiça!
“Mulher Maravilha” é uma obra envolvente que trafega em ritmo e estrada quase perfeitos, merece nota 8.6.
P.S.: A produção não tem cena pós-créditos.
TRAILER
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