A lenda do Rei Arthur e da espada Excalibur é uma das histórias mais famosas do mundo, o interessante é que ela possui quatro versões. A versão de “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, que chega aos cinemas, é baseada na tradicional, em que um rapaz de posse da poderosa ferramenta, a utiliza para livrar seu mundo de um tirano.
O filme do diretor Guy Ritchie, que escreveu o roteiro em conjunto com Joby Harold e Lionel Wigram tem colecionado uma série de críticas negativas. Analisando friamente, será que “Rei Arthur: A Lenda da Espada” é tão ruim assim?
Tenho duas críticas em relação à produção: 1) Achei demasiadamente arrastada a insistência para fazer com que Arthur (Charlie Hunnam) aceitasse o seu destino junto à Excalibur. O desenrolar para o match no crush entre personagem e ferramenta deveria ser mais curto e dinâmico. 2) Apesar de ficar feliz com a referência, a cena inicial de batalha, pareceu ter sido inspirada (leia-se copiada) da saga “Senhor dos Anéis” de Peter Jackson. Uma sequência visualmente deslumbrante, mas um pouco incômoda.
Outras críticas partem das escolhas de Ritchie, embora eu tenha achado que algumas foram exageradas, pois é notório saber que todo diretor impõe um estilo próprio em cada uma de suas produções. Com Ritchie isso não seria diferente, ao seu modo, o cara adora um CTRL-C + CTRL-V, abusando de cortes bruscos, ângulos não usuais, uma admiração exacerbada pela ferramenta zoom e sequências aceleradas desnecessariamente. Os erros que muitos apontam como excesso em “Rei Arthur: A Lenda da Espada” foi utilizado com maestria em outros filmes do diretor, como “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” (1998), “Snatch – Porcos e Diamantes” (2000), “Sherlock Holmes” (2009) e “Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras” (2011).
No geral, “Rei Arthur: A Lenda da Espada” sai-se muito bem, a direção de Guy Ritchie mesmo encapsulada por alguns exageros é bacana; a fotografia de John Mathieson – “Gladiador” (2000), “A Cruzada” (2005) e “X-Men: Primeira Classe”(2011) – contribui com a experiência visual do espectador; os efeitos especiais produzidos pela empresa Framestore são convincentes; a direção de arte de Gemma Jackson – que cuida do visual da série “Game of Thrones” – é espantosa; a trilha sonora a cargo Daniel Pemberton funciona, dá ritmo e não soa gritante; e o cast com Charlie Hunnam (Rei Arthur), Jude Law (Vortigern), Astrid Bergés-Frisbey (Guinevere), Djimon Hounsou (Bedivere), Eric Bana (Uther Pendragon) é deveras interessante, vale citar um ponta do galã e ex-jogador David Beckham, no papel de Trigger, um soldado feio e fanfarrão.
Ah, é preciso elogiar o 3D, pois há tempos um filme não funcionava tão bem, além da imersão “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, trazendo o esquecido efeito pop-up, aquele em que alguns objetos saem da tela, isto sim é uma projeção 3D.
Respondendo a minha pergunta inicial: NÃO! A produção “Rei Arthur: A Lenda da Espada” não é tão ruim assim, é um filme divertido, garantindo uma despretensiosa ida ao cinema ou uma sessão da tarde. Sim, trafega em uma estrada esburacada, mas também tem seu caminho pavimentado, então, pelos motivos apresentados, confiro-lhe nota 7.3.
TRAILER
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