O distrito da cidade de Los Angeles, conhecido por Hollywood em Califórnia (EUA), sedia atualmente os estúdios com os executivos mais acomodados e sem imaginação da face da terra. Ao invés de produções originais, a cada ano somos bombardeados por um número crescente de adaptações, remakes, sequências e o que mais possa ser reciclado. A bola da vez é a versão live action do anime conhecido por “Ghost in the Shell”, protagonizado por Scarlett Johansson.
A animação de 1995, dirigida por Mamoru Oshii, que deu origem a esta nova aventura, adapta o mangá com influência cyberpunk criado por Masamune Shirow. O argumento narra a saga da policial ciborgue Motoko Kusanagi (Scarlett Johansson), que encabeça a investigação de um caso de espionagem cibernética em um futuro distópico.
As críticas direcionadas a “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell” tem como alvo o roteiro, que é acusado de ter diluído as questões filosóficas da obra original para privilegiar a ação. Curiosamente, o próprio Masamune, criador do universo, participou da confecção do roteiro nas duas adaptações.
Tanto a animação de 1995, quanto a nova adaptação, possui um ponto em comum, ambas são extremamente lentas em algumas sequências, proporcionando uma sonolência casual ao espectador. Mas também possui um ponto de divergência, quem achou que apreciaria a nudez da estrela Scarlett Johansson, se deu mal. A produção foge dos mamilos polêmicos, frustrando os taradinhos de plantão acostumados a ronronar com os momentos explícitos da animação.
Em relação às mudanças na história, não acho elas tão graves, o problema é que os fãs se recusam a entender que as mídias são diferentes, gerando resultados desiguais. As transposições de livros, quadrinhos e animações para o formato cinematográfico sempre terão divergências, aceite e seja feliz!
Para efeito de comparação entre criador e criatura, a recriação de algumas sequências da animação é impecável, assim como a direção de arte que nos apresenta um futuro inebriante e fantástico, lembrando em alguns momentos o clássico “Blade Runner” (1982).
Sou fã de produções de ficção científica, e como todo o gênero, ideias vão se reciclando a todo o momento, assim como o mangá que deu origem à animação de 1995 inspirou “Matrix” (1999), a produção “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell”, além dos conceitos já listados nesta resenha, lembra em alguns momentos filmes como “Metrópolis” (1927), “RoboCop – O Policial do Futuro” (1987) “A. I. – Inteligência Artificial” (2011) e “Ex_Machina: Instinto Artificial” (2015), além do já citado “Blade Runner”.
O longínquo amanhã na maioria das vezes será bonito ao ser criado para uma tela de cinema, mesmo que as ideias sejam recriadas a todo o momento. Utópico ou distópico, o futuro sempre encherá os nossos olhos e nos encantará com suas teorias desafiadoras para as relações entre homens e máquinas, confrontadas pelos limites entre a biologia e a tecnologia.
Como sempre, a atriz Scarlett Johansson está muito bem, dificilmente ela erra a mão em suas interpretações. Em relação à direção, talvez a escolha de outro nome ao invés de Rupert Sanders, que só tinha em seu currículo o irregular “Branca de Neve e o Caçador” (2012), o resultado para “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell” pudesse ter sido diferente, garantindo melhores avaliações.
“A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell” não é um filme ruim, mas também está longe de ser excelente, pois trafega em uma rota difícil de agradar que é a da adaptação. As pessoas que não assistiram ao anime estão se divertindo mais, particularmente gostei bastante do resultado, pois o original serve para mim apenas como base, sem o intuito de recriminar o que foi produzido. Apesar dos solavancos no percurso, confiro-lhe nota 7.0.
Recomendo, é uma ótima diversão desde que apreciada com moderação.
Ah, o 3D? É ótimo para quem curte a sensação de profundidade, eu adoro, já os efeitos pop-up, que são ‘coisas’ saltando da tela, estes não existem.
TRAILER
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